A liturgia de hoje celebra a Memória de Nossa Senhora, Rainha. As leituras nos convidam a contemplar a realeza de Maria, não como a de uma soberana terrena, mas como a de uma serva humilde que se tornou rainha por sua total entrega a Deus.

A Mulher e o Dragão: Realeza em meio à Luta

A primeira leitura, do livro do Apocalipse (Ap 12,1-12), nos apresenta uma visão grandiosa e simbólica: uma mulher "vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas". Ela dá à luz a um filho que está destinado a reinar sobre todas as nações. Essa imagem, ao mesmo tempo que representa a Igreja, aponta diretamente para Maria.

Ela é a mulher que gerou o nosso Rei, Jesus Cristo. A batalha que ela enfrenta com o dragão é a luta milenar entre o bem e o mal, entre a promessa de salvação e as forças que buscam destruí-la. Maria, em sua realeza, é um sinal de que a vitória já está garantida. Ela é coroada porque seu Filho já venceu.

A Humildade que gera a Realeza

No Evangelho de São Lucas (Lc 1,26-38), voltamos ao momento da Anunciação, o ponto de partida de toda essa glória. O anjo Gabriel a saúda como "cheia de graça" e a convida a ser a mãe do "Filho do Altíssimo", aquele cujo reino não terá fim. A resposta de Maria, no entanto, é a chave para entendermos sua verdadeira realeza.

Ela não exige um trono ou um palácio. Em vez disso, sua resposta é um ato de completa submissão: "Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". É a partir desta total obediência e serviço a Deus que Maria se torna Rainha do céu e da terra. Sua coroa não é de ouro, mas de humildade e fé.

O que Maria, a Rainha, nos ensina?

A festa de hoje nos lembra que a verdadeira grandeza no Reino de Deus não reside no poder ou na autoridade mundana, mas na capacidade de servir. Maria, a Rainha, nos ensina que a felicidade e a plenitude vêm da entrega de nossa vida a um propósito maior que o nosso.

Ela é a nossa intercessora e nosso modelo de fé. Ao honrarmos Maria como Rainha, somos convidados a seguir seu exemplo: a sermos humildes, a confiar nas promessas de Deus e a dizer "sim" à Sua vontade, mesmo quando não compreendemos totalmente o caminho.

Que a Rainha dos Céus nos ajude a sermos verdadeiros servos do Senhor, para que um dia possamos participar de seu reino de amor e paz.

Leituras:

1ª Leitura: Isaías 9,1-6 “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz.” Uma profecia messiânica que anuncia o nascimento do Príncipe da Paz, aquele que trará justiça e alegria ao povo.

Primeira Leitura: Leitura do Livro do Profeta Isaías 9,1-6

Foi-nos dado um filho

^1.O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. ^2. Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. ^3. Pois o jugo que oprimia o povo, - a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais - tu os abateste como na jornada de Madiã. ^4. Botas de tropa de assalto, trajes manchados de sangue, tudo será queimado e devorado pelas chamas. ^5.Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da Paz. ^6. Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reinado, que ele irá consolidar e confirmar em justiça e santidade, a partir de agora e para todo o sempre. O amor zeloso do Senhor dos exércitos há de realizar estas coisas.

Palavra do Senhor
Graças a Deus

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Salmo Responsorial: Salmo 112 (113) “Bendito seja o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade!” Um cântico de louvor ao Deus que exalta os humildes e se inclina para olhar o céu e a terra.