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O verdadeiro motivo da renúncia de Bento XVI finalmente revelado

Em uma carta dirigida algumas semanas antes de sua morte a seu biógrafo, Peter Seewald, e revelada em 27 de janeiro por um semanário alemão, Bento XVI revelou a "razão central" de sua renúncia em 2013.

Bento XVI

A insônia de que padecia Bento XVI foi a “razão central” de sua renúncia em 2013, revelou ele em uma carta enviada algumas semanas antes de sua morte ao seu biógrafo Peter Seewald, e divulgada nesta última sexta-feira 27 de janeiro pelo semanário alemão Focus. Nesta carta Joseph Ratzinger, que morreu com a idade de 95 anos em 31 de dezembro de 2022, explica que o “motivo central” de sua renúncia em fevereiro de 2013 foi “a insônia que o acompanhou continuamente desde a Jornada Mundial da Juventude em Colônia” em agosto de 2005, poucos meses após sua eleição para suceder a João Paulo II.

Seu médico pessoal prescreveu “remédios poderosos” que inicialmente lhe permitiram desempenhar suas funções. Entretanto, de acordo com a carta do Papa Emérito, estes comprimidos para dormir atingiram seus “limites” com o tempo e passaram a ser cada vez menos eficazes.

Este uso de comprimidos para dormir também foi a causa de um incidente durante uma viagem ao México e Cuba em março de 2012. Na manhã seguinte à primeira noite, ele descobriu que seu lenço estava “completamente encharcado em sangue”, de acordo com a carta. “Eu devo ter esbarrado em algo no banheiro e caí”, escreveu o Papa Emérito. Um médico conseguiu manter as feridas fora da vista e um novo médico pessoal insistiu após o incidente em prescrever uma “redução nos comprimidos para dormir” e aconselhou o Papa a aparecer somente no fim da manhã quando viajasse ao exterior.

O fim de muita especulação

Mais tarde seu médico pessoal ligou o incidente aos comprimidos para dormir que ele prescreveu, e pressionou para que ele tivesse uma manhã livre em cada dia que passasse no exterior a partir de então, o Papa explicou em sua carta. Estas restrições, aos olhos de Bento XVI, “só poderiam ser aplicadas por um curto período de tempo”. O Papa emérito diz em sua carta que está bem ciente de que isto o levou a renunciar em fevereiro de 2013, alguns meses antes da Jornada Mundial da Juventude no Rio, que ele sentiu que não poderia enfrentar. Assim, ele renunciou cedo o suficiente para que seu sucessor, o Papa Francisco, honrasse esta visita ao Brasil.

Para o destinatário da carta, Peter Seewald, estas declarações puseram um fim às especulações sobre as razões da renúncia do Papa. A ligação tem sido feita frequentemente entre a renúncia do pontífice alemão e certos escândalos ligados às finanças da Cúria Romana durante seu pontificado, particularmente após o caso Vatileaks. Alguns até sugeriram chantagem como resultado desses vazamentos, uma teoria que o biógrafo rejeita particularmente.

“Para dirigir o barco de São Pedro e proclamar o Evangelho, o vigor do corpo e do espírito também é necessário, um vigor que nos últimos meses diminuiu em mim”: foi assim que o Papa Bento XVI explicou em latim, em 11 de fevereiro de 2013, aos cardeais reunidos em consistório no Vaticano, por que ele havia decidido renunciar ao seu cargo. Entretanto, as razões precisas para esta perda de “vigor” nunca haviam sido descritas antes pelo pontífice.

“A partir das 20h, não sou mais Papa, nem pastor supremo da Igreja Católica… Mas quero continuar trabalhando, com meu coração, com meu amor, com minha oração, com meu pensamento, com toda minha força espiritual para o bem comum, para o bem da Igreja e da humanidade”. Com estas palavras, suas últimas como Papa, Bento XVI fez história em 28 de fevereiro de 2013.

Para espanto de todos, da janela de Castel Gandolfo, ele havia acabado de terminar sua missão como sucessor de Pedro, lutando com singular serenidade por séculos de tradição que queriam que um pontífice morresse em sua tarefa. Subindo ao Céus em 31 de dezembro de 2022, Papa Francisco havia chamado alguns dias antes para rezar por seu antecessor que, em silêncio, havia apoiado a Igreja “até o fim”.

Fonte: Aleteia

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