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Reflexão do Pontífice para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos “Não abandonar os idosos”

Reflexão do Pontífice para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos “Não abandonar os idosos”


Nesta última terça-feira (14), o Papa Francisco divulgou sua mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que será comemorado em 28 de julho. O tema deste ano é “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9). O Papa enfatiza a importância de contrapor “à atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!»”.

O Papa ressaltou que “Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançando e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7)”. Ele explica que esse “amor fiel do Senhor”, do “modo como Deus cuida de nós”, é evidente em toda a Sagrada Escritura, especialmente nos salmos: “aliás, segundo a Bíblia, é sinal de bênção poder envelhecer”.

Desafios da solidão na velhice

Nos salmos, também encontramos “esta sentida invocação ao Senhor: «Não me rejeites no tempo da velhice» (Sal 71, 9). Uma frase forte, crua. Faz pensar no sofrimento extremo de Jesus, quando gritou na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46)”. Isso revela tanto “a certeza da proximidade de Deus” quanto “o temor do abandono, especialmente na velhice e nos períodos de sofrimento”. A realidade é que muitos idosos frequentemente enfrentam a solidão.

“Como bispo de Buenos Aires, muitas vezes visitei lares de terceira idade e percebi como essas pessoas raramente recebiam visitas: algumas, há muitos meses, não viam seus familiares.”

O Papa Francisco abordou algumas causas dessa solidão, como pobreza, conflitos, migrações e a hostilidade dos jovens em relação aos idosos. Ele afirma que essa mentalidade precisa ser “combatida e erradicada” para evitar “uma certa conflitualidade geracional”. Segundo ele, “se pensarmos bem, está hoje muito presente por todo o lado esta acusação, lançada contra os velhos, de «roubar o futuro aos jovens»”:

“O contraste entre as gerações é um equívoco, um fruto envenenado da cultura do conflito. Opor os jovens aos idosos é uma manipulação inaceitável: ‘O que está em jogo é a unidade das idades da vida’.”

O problema do descarte dos idosos

“A solidão e o descarte dos idosos não são casuais nem inevitáveis, mas fruto de opções – políticas, econômicas, sociais e pessoais – que não reconhecem a dignidade infinita de cada pessoa”, continua Francisco. Ele lamenta que os idosos e suas famílias acabam vítimas da “cultura individualista”, que deixa os idosos sem ajuda: “cada vez mais «perdemos o gosto da fraternidade» (FRANCISCO, Carta enc. Fratelli tutti, 33)”.

“Isto acontece quando se perde de vista o valor de cada pessoa, tornando-se ela apenas uma despesa que, em alguns casos, aparece demasiado elevada para pagar. O pior é que, muitas vezes, acabam dominados por esta mentalidade os próprios idosos que chegam a considerar-se como um fardo, sendo os primeiros a quererem desaparecer.”

Alternativas para a velhice digna

“A solidão e o descarte tornaram-se elementos frequentes no contexto em que estamos imersos”. Mas, a Sagrada Escritura apresenta opções diferentes face à velhice, porque “viver sozinhos não pode ser a única alternativa”. Diante de um «não me abandones», é possível responder «não te abandonarei!», cuidando “de um idoso ou simplesmente demonstrando diariamente solidariedade a parentes ou conhecidos que não têm mais ninguém”. Manter-se junto aos idosos, comenta ainda Francisco, reconhecer “o papel insubstituível que eles têm na família, na sociedade e na Igreja, também nós receberemos muitos dons, tantas graças, inúmeras bênçãos!”.

“Neste IV Dia Mundial a eles dedicado, não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!» e de seguir um caminho diferente.”

Com informações do Vatican News


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