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Santo do dia: São Carlos Borromeu, Bispo e Confessor

São Carlos Borromeu nasceu em Arona, Lombardia, Itália - uma comunidade italiana na província de Novara, Piemonte, em 2 de outubro de 1538, filho do Conde Gilberto Borromeu e Margarida de Medici, irmã do Papa Pio IV, de quem era sobrinho. Carlos teve uma excelente educação humana e cristã, destacando-se na Universidade de Pavia pela sua habilidade em administrar e lidar com as pessoas. Convocado a Roma pelo tio, o Papa, São Carlos aceitou as nomeações e responsabilidades de Cardeal e Arcebispo de Milão antes mesmo de receber os Sacramentos da Ordem, em um período de renovação interna da Igreja. Tornou-se um bispo modelo para a Igreja em pastoreio e caridade, dedicando-se completamente à proteção e salvação das almas. Após auxiliar o Papa e incentivá-lo a implementar as diretrizes do Concílio de Trento (1545-1563), São Carlos abraçou fervorosamente a missão de seguir as decisões que conduziram à Contrarreforma, atendendo às necessidades da Igreja de sua época e guiando todos os fiéis da diocese de Milão a Cristo.

Resoluto, ele foi o pioneiro entre os bispos na fundação de seminários para a formação de futuros padres; promoveu sínodos diocesanos; enriqueceu a literatura catequética e o entendimento da doutrina católica; impulsionou empreendimentos virtuosos e, com fervor e apostolado sagrado, serviu sua região e auxiliou na evangelização de outras partes da Europa. Assim, dedicou sua vida a Deus, esgotando-se pelo bem dos outros e da Igreja, construiu hospitais e destinou as riquezas de sua família ao serviço dos pobres; defendeu os direitos da Igreja contra os poderosos; revitalizou a vida religiosa e fundou uma nova congregação de sacerdotes seculares, os Oblatos. Seu lema era uma única palavra: "Humilitas". "A humildade o levou, assim como o Senhor Jesus, a renunciar a si mesmo para se tornar servo de todos". Atraído pela vida contemplativa, considerou renunciar à arquidiocese. No entanto, seu amigo, o Venerável Dom Frei Bartolomeu dos Mártires, arcebispo de Braga, o dissuadiu, convencendo-o de que seria mais benéfico, em uma época em que o alto clero frequentemente dava maus exemplos, que ele, de alta posição social e sobrinho de um Papa, continuasse a dar o exemplo de uma vida santa como arcebispo. E assim fez São Carlos Borromeu, o arquétipo de um pastor de almas dedicado, que implementou em Milão as reformas decretadas pelo Concílio de Trento.

Um capítulo especial deve ser reservado para a relíquia do Santo Prego [um dos pregos da Cruz de Jesus], que, conforme a tradição, foi recebido por Ambrósio de Teodósio e guardado na Catedral paleocristã de Santa Tecla (Ambrósio menciona a relíquia na oração fúnebre pelo imperador). Quando Borromeu chegou ao Domo, a relíquia estava no ponto mais alto do coro, a mais de trinta metros; havia vinte e cinco anos que não era baixada para a veneração dos fiéis. Em 1566, Carlos realizou uma reforma, instruindo que “a lamparina do Prego seja limpa diligentemente toda semana” (para Borromeu, os detalhes importavam muito). Em 1576, com Milão assolada pela peste, o arcebispo liderou três procissões públicas para rogar pelo fim da calamidade, descalço e com uma corda ao pescoço, carregando a relíquia pela cidade. “Fez com que o Santo Prego”, registra o bispo e biógrafo Carlo Bescapé, “fosse abaixado por sacerdotes usando certas máquinas, e o transportou em procissão numa grande cruz [visível no quinto altar da nave esquerda], com a reverência de todo o povo”. Em 3 de outubro, uma terça-feira, a procissão seguiu para Santo Ambrósio; na quinta-feira, 5, para a Basílica dos Santos Apóstolos e Nazário Maior; e no sábado, 6, para Santa Maria de São Celso. Foi um evento marcante, gravado na memória da cidade, celebrado por inúmeras imagens e relatos: um bispo que se une ao seu povo e o convoca para um ato de esperança. “E o resultado foi tão auspicioso”, relata Bescapé, “que, apesar da grande multidão, ninguém caiu nas ruas, nem houve aumento no contágio da peste”.

MEDITAÇÃO SOBRE A VIDA DE SÃO CARLOS BORROMEU

I. A caridade de São Carlos Borromeu se estendeu a todas as necessidades temporais e espirituais de sua diocese. Ele fundou hospitais, faculdades e seminários; catequizava e confessava aos pobres. E vós, homens sem coração, pensam apenas em sua própria vantagem! Até esquecem suas almas, para lidar apenas com seus interesses temporários. Por que és tão mau com os pobres? Saiba que as riquezas, que idolatras, não te fará feliz, exceto quando as desprezar e as der aos pobres pelo amor de Jesus Cristo. As riquezas deixam pobres aqueles que as amam, tornam ricos e abençoados aqueles que as desprezam por Jesus Cristo. (Guerrico).

II. O amor pela oração uniu de tal modo esse prelado a Deus, que às vezes era visto permanecendo oito horas seguidas nessa união. Um dia, um homem mau atirou nele um arcabuz enquanto orava; Ele interrompeu sua oração apenas para proibir seus servos de perseguir o criminoso. Quão diferente da sua é a nossa oração, ó grande santo! A mínima coisa nos distrai. Dai-nos, Senhor, o espírito de oração. Saber orar bem é saber viver bem. (Santo Agostinho).

III. Ele tinha tão pouca consideração de si mesmo, como caridade pelo próximo. Seus jejuns, suas disciplinas, suas peregrinações a pé, o cilício que usava, mesmo no leito de morte, são tantas evidências de sua austeridade. Como tu tratas teu corpo? Acaso tu não despreza as mortificações que esse prelado impunha sobre si mesmo, ele que era sobrecarregado de trabalhos? Ah! Temas que sejam elas que te acusem no dia do julgamento final!

ORAÇÃO:

Senhor, guardai vossa Igreja com a proteção contínua de São Carlos, vosso confessor e pontífice, e que a intercessão deste santo, a quem sua prontidão pastoral o levou à glória eterna, sempre nos torne fervorosos em vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Amém.


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