Solenidade Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
A Pergunta de Pilatos
Quando Pilatos, o governador romano, confrontou Jesus com a questão "Tu és o rei dos judeus?", ele não apenas expressou ironia, mas também revelou sua incompreensão. Para Pilatos, o conceito de realeza estava intrinsecamente ligado ao poderio militar e à autoridade política. Sua pergunta reflete uma tentativa de encaixar Jesus em um molde terreno, sem compreender a natureza do seu reino.
A Resposta de Jesus
Jesus subverte a questão proposta, indagando: "Dizes isso por ti mesmo ou outros te falaram a meu respeito?" Ele nos faz refletir que a autêntica realeza não se impõe, mas é algo que se reconhece internamente. Pilatos procura compreender Jesus sob a ótica de um líder terreno, contudo, o Reino de Cristo transcende qualquer trono ou domínio material.
Reflexão Espiritual
A afirmação de Jesus "Meu reino não é deste mundo" ressoa como um eco de esperança e um chamado à reflexão. Ela nos conforta ao nos assegurar que o Reino de Cristo transcende as falhas e corrupções terrenas, sendo um domínio eterno e indestrutível de justiça, amor e paz. Contudo, essa mesma frase nos desafia a desapegar nossos corações das amarras mundanas. Frequentemente nos perdemos na busca por poder, prestígio, segurança e conforto, negligenciando que nossa verdadeira morada e destino é celestial, ao lado de um Rei que nos convoca a aspirar por uma existência mais elevada e significativa.
Deus dos Vivos
Jesus proclama: "Eu nasci e vim ao mundo com o propósito de testemunhar a verdade. Aqueles que são da verdade ouvem minha voz." A missão de Jesus é inequívoca: Ele veio para testemunhar a verdade. Não se trata de uma verdade relativa, aberta a múltiplas interpretações, mas sim da Verdade que liberta, ilumina e confere significado à existência. Essa Verdade é o próprio Jesus. Ele transcende a figura de um monarca que exerce domínio; Ele é a Verdade personificada, o revelador da essência divina e do propósito ao qual somos convocados.
Conclusão
Esta realidade nos instiga a ponderar sobre o que valorizamos. Será que estamos dedicando excessiva atenção ao efêmero, negligenciando o que é perene? O Reino de Cristo não se ergue por meio de forças armadas ou barreiras físicas, mas sim através de corações que se entregam ao amor, de existências pautadas no serviço ao próximo, de mãos estendidas para erguer aqueles que tropeçaram. Que tenhamos a capacidade de discernir a autêntica majestade de Jesus e adotar uma vida que espelhe a de seus leais discípulos.
Leituras da Liturgia
Primeira Leitura: Daniel 7,13-14
Na visão profética de Daniel, a figura do "Filho do Homem" é apresentada recebendo poder, glória e um reino que simbolizam o domínio eterno de Cristo. Esta imagem poderosa reflete a soberania e a autoridade incontestáveis de Jesus, que, segundo a interpretação cristã, reinará sobre todos os povos e nações com justiça e verdade. A visão é um dos momentos mais emblemáticos do livro de Daniel e tem sido objeto de estudo e reflexão ao longo dos séculos, oferecendo uma mensagem de esperança e triunfo divino.
13. Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14. Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá".
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Salmo Responsorial: Salmo 92 (93), 1-2.5
O Salmo 92 (93), versículos de 1 a 2 e 5, é um hino de louvor que celebra a grandiosidade e a eternidade do reinado de Deus. Ele destaca a majestade divina, proclamando que o poder de Deus é imutável e permanece firme através dos tempos. Este salmo é frequentemente utilizado em liturgias e momentos de adoração, servindo como um lembrete da soberania de Deus sobre toda a criação e da estabilidade que Seu domínio proporciona ao universo. Através desses versículos, os fiéis são convidados a reconhecer e reverenciar a glória e a santidade do Senhor, que se manifesta tanto na ordem estabelecida do cosmos quanto na história da humanidade. A mensagem do salmo ressoa com a promessa de que, apesar das turbulências e mudanças do mundo, o trono de Deus permanece inalterado, oferecendo uma fonte de segurança e confiança para todos que nele confiam.
R.1a. Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!
1a. Deus é Rei e se vestiu de majestade, b. revestiu-se de poder e de esplendor!
R.1a. Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!
c. Vós firmastes o universo inabalável, 2. vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis!
R.1a. Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!
5. Verdadeiros são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa casa, pelos séculos dos séculos, Senhor!
R.1a. Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!
Segunda Leitura: Apocalipse 1,5-8
No trecho do livro do Apocalipse, capítulos 1, versículos de 5 a 8, Jesus Cristo é descrito como a testemunha fiel, o primogênito dentre os mortos e o governante supremo dos reis da Terra. Revela-se que, por meio de seu sacrifício, Ele nos purificou de nossos pecados e nos transformou em um reino sacerdotal ao serviço de Deus Pai.
5. Jesus Cristo, é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados 6. e que fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade. Amém. 7. Olhai! Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão também aqueles que o traspassaram. Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele. Sim. Amém! 8. "Eu sou o Alfa e o Ômega", diz o Senhor Deus, "aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso".
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Evangelho: João 18,33b-37
No trecho do Evangelho de João 18,33b-37, presenciamos um diálogo profundo entre Jesus e Pilatos a respeito do Reino de Cristo. Jesus esclarece que o Seu reino não pertence a este mundo terreno, mas sim, Ele veio ao mundo para testemunhar a verdade. Esta passagem bíblica é fundamental para compreender a natureza do reinado de Jesus, que se distingue dos reinos terrestres, não buscando poder ou domínio político, mas sim a revelação da verdade divina. A interpretação deste trecho nos leva a refletir sobre a missão de Jesus como o Messias, que, embora reconhecido como Rei, rejeita as convenções terrenas de poder para estabelecer um reino baseado na verdade e na salvação espiritual.
Naquele tempo, 33b. Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: "Tu és o rei dos judeus?" 34. Jesus respondeu: "Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim?" 35. Pilatos falou: "Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?". 36. Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui". 37. Pilatos disse a Jesus: "Então tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz".
- Palavra da Salvação
- Glória a Vos Senhor
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