Breaking News

Liturgia diária: 08 de agosto de 2023 | 18ª Semana do Tempo Comum ⚪

A Leitura do Livro dos Números 12,1-13 narra o episódio em que Maria e Aarão, irmãos de Moisés, criticam o líder israelita por ter se casado com uma mulher cuxita, ou seja, uma estrangeira de origem africana. Eles também questionam a autoridade de Moisés como o único porta-voz de Deus para o povo. Deus, então, repreende Maria e Aarão por sua rebeldia e os convoca à tenda do encontro, onde Ele se manifesta em uma nuvem.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 14,22-36 

Deus defende Moisés como seu servo fiel e diz que Ele fala com ele face a face, e não por meio de sonhos ou visões como faz com os outros profetas. Deus também pergunta por que eles não tiveram temor de falar contra Moisés, que era um homem muito manso. Depois disso, Deus se retira e Maria fica leprosa como castigo. Aarão se arrepende e pede a Moisés que interceda por ela. Moisés ora a Deus e pede que Ele cure Maria. Deus responde que ela deveria ficar fora do acampamento por sete dias, como se seu pai tivesse cuspido em seu rosto. Depois desse período, ela é trazida de volta e o povo segue viagem para o deserto de Parã.

Primeira Leitura: Leitura do Livro dos Números 12,1-13

O mesmo, não acontece com o meu servo Moisés, como com os outros profetas. Como, pois, vos atreveis a rebaixar o meu servo Moisés?

Naqueles dias,

1Maria e Aarão criticaram Moisés por causa de sua mulher etíope. 2E disseram: “Acaso o Senhor falou só através de Moisés? Não falou, também, por meio de nós?” E o Senhor ouviu isto.

3Moisés era um homem muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra. 4Então o Senhor disse a Moisés, Aarão e Maria: “Ide todos os três à Tenda da Reunião”. E eles foram.

5O Senhor desceu na coluna de nuvem, parou à entrada da Tenda, e chamou Aarão e Maria. Quando se aproximaram, ele lhes disse: 6“Escutai minhas palavras! Se houver entre vós um profeta do Senhor, eu me revelarei a ele em visões e falarei com ele em sonhos.

7O mesmo, porém, não acontece com o meu servo Moisés, que é o mais fiel em toda a minha casa! 8Porque a ele eu falo face a face; é às claras, e não por figuras, que ele vê o Senhor! Como, pois, vos atreveis a rebaixar o meu servo Moisés? 9E, indignado contra eles, o Senhor retirou-se.

10A nuvem que estava sobre a Tenda afastou-se, e no mesmo instante, Maria se achou coberta de lepra, branca como a neve. Quando Aarão olhou para ela e a viu toda coberta de lepra, 11disse a Moisés: “Rogo-te, meu Senhor! Não nos faça pagar pelo pecado que tivemos a insensatez de cometer. 12Que Maria não fique como morta, como um aborto que é lançado fora do ventre de sua mãe, já com metade da carne consumida pela lepra”. 13Então Moisés clamou ao Senhor, dizendo: “Ó Deus, eu te suplico, dá-lhe a cura!”

  • Palavra do Senhor
  • Graças a Deus

Essa leitura pode ser entendido em vários níveis. Em primeiro lugar, ela mostra a soberania de Deus sobre a história de Israel e sua escolha de Moisés como seu representante. Moisés não era um líder por mérito próprio, mas por graça divina. Ele tinha uma relação especial com Deus, que lhe revelava sua vontade diretamente. Ninguém podia contestar sua autoridade sem desafiar a Deus. Em segundo lugar, ela mostra a fidelidade de Moisés como servo de Deus e sua humildade diante dos homens. Moisés não reage com ira ou orgulho às críticas de seus irmãos, mas com mansidão e compaixão. Ele não busca vingança, mas perdão para Maria. Ele demonstra um amor fraterno que supera as diferenças étnicas ou culturais. Em terceiro lugar, ela mostra a santidade de Deus e sua exigência de obediência e reverência de seu povo. Deus não tolera a rebelião ou a murmuração contra seus planos ou seus instrumentos. Ele castiga os que se opõem à sua vontade, mas também oferece misericórdia aos que se arrependem e se humilham. Ele deseja que seu povo seja santo como Ele é santo.


Salmo Responsorial - Sl 50(51),3-4.5-6a.6bc-7.12-13 (R. cf. 3a)

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

— Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

— Mostrais assim quanto sois justo na sentença, e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade e pecador já minha mãe me concebeu.

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!


Aclamação ao Evangelho - Jo 1,49b

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Mestre, tu és o Filho de Deus, és Rei de Israel!


O Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 14,22-36 conta a história de dois milagres de Jesus: o de andar sobre as águas e o de curar os doentes em Genesaré.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 14,22-36

Senhor, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água

Depois que a multidão comera até saciar-se,

22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despediria as multidões. 23Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. 24A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. 25Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. 26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma”. E gritaram de medo. 27Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” 28Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29E Jesus respondeu: “Vem!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que duvidaste?” 32Assim que subiram na barca, o vento se acalmou. 33Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”

34Após a travessia desembarcaram em Genesaré. 35Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a ele todos os doentes; 36e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que a tocaram, ficaram curados.

  • Palavra da Salvação
  • Glória a Vós Senhor
  • Uma interpretação é que esses milagres revelam a identidade divina de Jesus e o seu poder sobre a natureza e a doença. Jesus demonstra que ele é o Filho de Deus, capaz de fazer o que só Deus pode fazer, como andar sobre as águas (cf. Jó 9,8) e curar todas as enfermidades (cf. Sl 103,3). Ele também mostra que ele é o Messias esperado, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, como a de Isaías 35,5-6: “Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará”. Os discípulos reconhecem a divindade de Jesus e o adoram, dizendo: “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus” (Mt 14,33). Os habitantes de Genesaré também reconhecem a messianidade de Jesus e o procuram com fé, tocando na orla do seu manto para serem curados (Mt 14,36).
  • Outra interpretação é que esses milagres ilustram a missão de Jesus e o seu convite aos discípulos para participarem dela. Jesus envia os discípulos para o outro lado do mar da Galileia, que representa o mundo pagão, onde eles deveriam anunciar o Reino de Deus. Jesus fica sozinho no monte, orando ao Pai, enquanto os discípulos enfrentam a tempestade no mar, que representa as dificuldades e perseguições da missão. Jesus vem ao encontro dos discípulos, caminhando sobre as águas, para lhes dar coragem e confiança. Ele chama Pedro para sair do barco e andar sobre as águas também, para lhe ensinar a confiar nele e não no medo. Pedro começa a afundar quando duvida da palavra de Jesus, mas é salvo por ele quando clama por socorro. Jesus entra no barco e acalma a tempestade, mostrando que ele tem autoridade sobre as forças do mal que se opõem ao seu projeto. Ao chegar em Genesaré, Jesus continua a sua missão de curar os doentes e libertar os oprimidos pelo pecado e pela morte.
  • Uma terceira interpretação é que esses milagres simbolizam a experiência da Igreja primitiva e a sua fé em Jesus ressuscitado. O evangelista Mateus escreveu o seu evangelho por volta do ano 80 d.C., quando as comunidades cristãs já estavam sofrendo perseguições e divisões internas. O barco dos discípulos representa a Igreja, que navega pelo mar da história, enfrentando as ondas da adversidade e do escândalo. Jesus representa o Cristo ressuscitado, que está presente na Igreja através do seu Espírito Santo, que lhe dá força e consolo. Pedro representa o líder da Igreja, que tem uma fé vacilante, mas que é sustentado por Cristo quando reconhece a sua fraqueza e pede ajuda. A chegada em Genesaré representa a esperança escatológica da Igreja, que aguarda a vinda definitiva do Reino de Deus, onde não haverá mais sofrimento nem morte.

Fonte: Bíblia Sagrada


Nenhum comentário