Martírio de São João Batista - Memória
Hoje celebramos o martírio de João Batista, e isso permite-nos descobrir algo muito importante: aqueles que se deixam levar pelo Espírito Santo, são fiéis às suas convicções até à morte. Mas os que rejeitam as inspirações do Espírito Santo, acabam destruindo o bom que há no mundo.
O texto de Marcos 6,17-29 se detém a narrar a morte de João Batista, onde se mostra que o poder do status social e da vaidade é tão forte que pode torcer as melhores intenções. Porque Herodes admirava a João, protegia-o, consultava-o e o escutava, mas não podia recusar-se a entregar a cabeça de João para não ficar mal diante “dos convidados” (Marcos 6,26). Até aquele momento, Herodes respeitava João. No entanto, a palavra do profeta não conseguira chegar ao coração, onde se tomam as decisões mais profundas. Eram mais poderosas as habilidades de uma mulher, que o levou a mandar matar João.
Esta história não deixa de ser uma profunda exortação para reconhecermos o nosso próprio coração, o que realmente nos move, além da aparência, além dos sentimentos e emoções superficiais, além das palavras. Faz-nos ver as resistências que existem no mundo diante do Espírito Santo, que nos convida a modificar as coisas estabelecidas e a mudar um estilo de vida. Porque o ser humano normalmente prefere deixar as coisas como estão e evita lançar-se ao que ainda não sabe controlar. Por isso tem medo do Espírito Santo e prefere eliminá-l’O da sua vida. Isto convida-nos também a interrogar-nos de modo permanente se o nosso desejo de ter tudo sob controlo não nos fecha o coração aos novos caminhos do Espírito Santo.
João Batista se entregava cheio de confiança, porque estava cheio do Espírito, e sabia que a sua morte injusta não era o fim da história. Do amor brota essa certeza. Esse amor cheio de esperança é infundido pelo Espírito Santo nos nossos corações (cf. Romanos 5,5).
Nós Vos suplicamos, Senhor, que a solenidade de São João Batista, vosso mártir e precursor, nos concilie os efeitos salutares da vossa proteção. Vós que viveis e reinais.
Ó Deus, que entre as maravilhas do vosso poder concedestes também ao sexo frágil a palma do martírio, fazei com vossa misericórdia que, venerando o nascimento da bem-aventurada Sabina, nos aproveitemos do seu exemplo para caminhar para Vós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola (Jr I, 17-19)
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